O melhor exemplo que o trânsito transtorna irremediavelmente a saúde mental dos portugueses é essa famigerada raça que amaldiçoamos o ano inteiro, excepto nos dias em que o carro foi parar à revisão, ou um pneu se furou estupidamente numa tampa da EPAL, mal assente. Nesse raros dias, os toleramos porque precisamos deles.
O taxista é por definição um animal urbano enraivecido pelos peões indisciplinados, pelos sinais sempre fechados, pelos sentidos proibidos que passam a vida a ser mudados, pelos clientes que nunca têm trocados, mas sobretudo pelos outros automobilistas que eles consideram uns asnos acabados. E como todos os ódios cultivados, este também não deixa de ser reciproco.
Mas a principal razão que nos faz odiar estes homens, além do seu aspecto pouco lavado e digno: unha do dedo mindinho comprida, cabelo oleoso, barriga proeminente e umbigo atrevido e peludo, cotovelo de fora e bronzeado à bimbo, é, em primeiro lugar o facto de eles serem muitos. Não é só a sua maneira arrogante de conduzir, atravessando-se nas nossas barbas como se a direita estivesse sempre do lado deles, ocupando duas faixas ou parando ostentivamente no eixo da via (como dizem os instrutores), quando dois metros à frente há uma paragem de autocarro onde podiam ter encostado para nos deixarem passar, etc, etc, etc...
Tudo isso é mau, mas não é o pior. O pior é que eles são muitos e estão em toda a parte. Porque além de serem aos milhares, estão bem organizados e têm noção de classe. Não são um sindicato, são uma máfia.
Os taxistas, no fundo, são como as abelhas, com todos os defeitos destes voadores e sem nenhuma das suas qualidades: chateiam em separado, mas em conjunto podem matar.
Os ditos guerrilheiros urbanos, à custa de passarem entre 10 a 12 horas enjaulados no habitáculo (como dizem os anuncios de automoveis) ficam em tudo semelhantes aos gorilas do zoo, destruidos pela falta de liberdade, reduzidos a peças vivas de exposição. Tal como estes primatas, o taxista, ser primário e espontâneo balanceia-se dentro da sua jaula, gesticulando e grunhindo contra o mundo inteiro que, lá fora vai circulando em liberdade."
Extracto da crónica de Margarida Rebelo Pinto, Os gloriosos malucos das máquinas motoras
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